segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Há um tempo certo e Elefantes nunca esquecem!


Há um tempo certo para tudo na nossa vida!

Cada momento, cada situação, que enfrentamos em nossa caminhada, é uma boa oportunidade de aprendermos e nos tornarmos melhores.

Seguir em frente e cultivar o desapego devem fazer parte da vida de todos nós.

Chegou a hora de dizer um até breve!

Levarei comigo cada recordação, cada vivência, cada lição, cada carinho e afeto recebidos. E foram tantos...

E que bom, não sou mais a mesma quando cheguei aqui, parto feliz e contente por ter trilhado e compartilhado um pouco com vocês dos nossos trabalhos, sonhos, desejos, emoções...


"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu."

"Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;"

"Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;"
                                     
Eclesiastes



Eu, 2005, no refeitório da Escola Morro da Cruz






Não poderia deixar de encerrar sem uma história, abaixo, 
uma que contei aos alunos da B15, essa semana na Escola:
                   Elefantes nunca esquecem!









De: Anushka Ravishankar
Ilustrações: Christiane Pieper
Tradução: Bia Hetzel



O silêncio cobria a floresta... quando desabou o temporal.


Raios, trovões, chuva!
- Barrraaam! Barrrraaaam!
Barriu o elefante apavorado.
- UUuhhH! UUUuhHH!
Respondeu o vento desvairado.


Quando a chuva acabou e o sol apareceu, o elefante descobriu que estava sozinho.


Ele ouviu guinchos de macacos.
Bam balalão, pra frente e pra trás.
Bam balalão, atacar, macacada!
Bam balalão, e tome cocada!
CCrrraaaac!
“Basta!”, pensou o elefante. E fugiu dali.








Água era tudo o que queria para se livar daquela agonia.
Os búfalos pareciam tão calmos, tranqüilos.
A água do rio, tão gostosa, fresca e verdinha.



O elefante pensou que podia ficar com eles.
Quem sabe até brincar com eles?
Com um bebê búfalo ele nadou e chafurdou.

O búfalo inventava. E o elefante imitava.
O elefante sentia que tinha encontrado um amigo.



Acabou-se o que era doce.
Os búfalos fugiam de repente. O elefante ficou triste, carente.
Será que não gostaram dele?
Será que ele era mau?
Será que ele cheirava mal?


A razão da fuga rápida logo ficou bem clara...
O elefante estremeceu de medo.


Um búfalo empurrou o elefante para a frente.
- Corre! Vamos! Vem com a gente!




Dali em diante ficaram juntos.
O elefante cresceu e ficou forte.

E passou a abrir caminho para os búfalos.



Na hora do banho, ele ajudava na ducha.


Quando o capim secava, fazia cair folhas das árvores.



Agora o tigre não se metia a besta.



Suas orelhas eram muito grandes.
Seu focinho era comprido demais.
Sua cor era esquisita.
Seu corpo era gigante.
Ele não podia mugir.
Ele só conseguia barrir.
Mesmo assim, o elefante gostava de ser búfalo.





Um dia, no rio em que eles preguiçavam...
... vários elefantes sedentos chegaram.


E os búfalos acharam melhor ir embora.












- BARRRAAAM! BARRRAAAM! BARRRRAAAM!
Barriram, chamando, os elefantes.














- Muuuuuuu! Muuuuuuu!
Berraram, chamando, os búfalos.

Pra lá?
Pra cá?
Pra onde ele deveria ir?
Elefante?
Ou búfalo?


Mas, no fim, a resposta era uma só:


Mas, no fim, a resposta era uma só:



Búfalo para sempre ele seria!




Elefantes de argila confeccionados pelos alunos