domingo, 28 de julho de 2013

Início do segundo semestre - Mario Quintana

Uma semana iluminada e cheia de paz no coração!


Dias 29 e 30 de julho, os professores das Escola estarão participando no Seminário de Formação da Rede Municipal de Porto Alegre " A aprendizagem como desafio constante."

Os alunos retornarão às aulas no dia 31 de julho (quarta-feira).


" A Porto Alegre de Mario Quintana" Foto de Liane Neves
No dia 30 de julho de 1906, em Alegrete nasceu Mario Quintana. Este ano celebra-se os 107 anos deste incrível e inesquecível poeta.

Para ler mais:


A personalidade de Mario Quintana: 


" Mas se querem saber como eu via a personalidade do Mario, era uma pessoa contundente, às vezes sarcástica, engraçada, profunda, até pelo fato de ter viver tantos anos sozinho, e às vezes de uma tristeza e uma melancolia extrema. Na verdade, se fosse resumi-lo diria que ele era uma pessoa dolorosamente sensível, mas nunca piegas."

Dulce Helfer ( fotógrafa e amiga de Mario Quintana)



Retirado do livro:
 " A Porto Alegre de Mario Quintana" Curador Armindo Trevisan


Celebração dos 107 anos de nascimento de Mario Quintana




Nossa biblioteca adota o nome do querido poeta Mario Quintana, a escolha foi realizada ouvindo a sugestões dos alunos da Escola. No dia 30 de julho, celebra-se os 107 anos de nascimento de Quintana.



"Para celebrar a data de aniversário do poeta Mario Quintana, a Casa de Cultura Mario Quintana e a FestiPoa Literária programaram diversas atividades literárias. O evento Ler Quintana: 107 anos, que vai de 30 de julho a 01 de agosto, será dedicado a leituras, comentários e análises da poesia de Quintana em oficinas, mesas de debate, saraus, pockets shows e palestras. Dentre alguns dos convidados, participam das atividades os escritores Armindo TrevisanChristina DiasDiego GrandoMarô Barbieri e Sidnei Schneider. Toda a programação tem entrada franca, e para algumas atividades há necessidade de inscrição."



Mario Quintana por Celso Gutfreind




Hoje é o dia do psicanalista e poeta Celso Gutfreind falar sobre Mario Quintana. Gutfreind foi provocado por Alexandre Lucchese, editor deste blog, a escrever um ou dois parágrafos sobre Quintana. Mas o autor de Em Defesa de Certa Desordem foi além e tratou da obra do nosso autor homenageado em relação às suas diferentes fase de vida. A gente agradece e compartilha:

O Alexandre pediu uns dois parágrafos sobre a minha relação com a poesia do Quintana, mas acho que precisarei de uns quatro. Porque vejo nela pelo menos três fases, e o primeiro parágrafo já terminou.


Conheci a poesia do Quintana no Jornal, Caderno H ainda. Acho que isto foi fundamental, porque não veio de um professor nem de uma obrigação escolar. Foi espontâneo. Eu lia e, melhor ainda, entendia, sentia, achava engraçado e triste. Não tinha muita ideia do que significava poesia ou prosa, mas me alimentava daquela poesia mesmo em prosa. Eu era criança ainda.


Depois, veio a segunda fase, com o professor Sérgio Silva, no Colégio Israelita Brasileiro. Apesar da formalidade, foi muito bom, talvez melhor ainda. Aprendi o que era prosa e poesia e continuei gostando, agora descobrindo camadas mais profundas encobertas por aquela aparente simplicidade.


Depois, me tornei adulto e poeta, e a poesia do Quintana acrescentou na minha vida este aspecto: de ser uma lição permanente de artesanato poético. Mas este parágrafo não exclui os anteriores, porque continuo um leitor que se emociona e acha engraçado e triste.



Algumas postagens neste blog relacionadas ao escritor Celso Gutfreind, em 2008, foi adotado pela Escola e a visitou.








Postagens no blog relacionadas ao poeta Mario Quintana:


Sarau na biblioteca: 


Dia de Quintanares:


Feira do livro e da leitura na escola:



Diversos:


segunda-feira, 22 de julho de 2013

A lenda da vitória-régia



Mais uma lenda indígena, e como amanhã pelo calendário entraremos na fase lunar da lua cheia, escolhemos uma história relacionada ao nosso satélite natural.


Do livro: “Histórias à brasileira- a donzela guerreira e outras” recontadas por Ana Maria Machado.

 



A lenda da vitória-régia


Lá no meio da floresta amazônica, onde chove quase todo dia e as sombras ajudam a guardar a umidade, corre uma porção de rios de todos os tamanhos. Às vezes eles transbordam, invadem a terra, viram laguinhos e pântanos, e ficam por muito tempo alagando tudo. Outras vezes, são fiozinhos de água que vão engrossando, cantadores e saltitantes, em corredeiras ou cascatas. E de vez em quando parece que um pedaço desses rios se desvia, contorna um bocado de terra e fica quieto em algum lugar, formando um canal chamado igarapé.

Nas terras e nas águas, tem muitas plantas. De tudo quanto é tamanho, com flor em flor. Mas a flor maior de todas é a vitória-régia, no meio das águas, entre folhas enormes que parecem bandejas, capazes de agüentar o peso de um pequeno animal.
Os índios dizem que nem sempre ela existiu. E contam uma história bonita para explicar como essa flor apareceu.

Dizem que há muito, muito tempo havia à beira do grande rio uma aldeia indígena, com sua clareira bem limpa, suas grandes ocas de palha, suas canoas cavadas num só tronco, sempre  prontas para transportar qualquer coisa pela águas.
Os homens da aldeia costumavam sair para caçar e pescar, e as mulheres ficavam por ali, preparando a comida, fazendo objetos de barro, tecendo as redes. Ao entardecer, todos gostavam de se reunir para conversar e ver o sol se por sobre as águas do grande rio, enquanto os ruídos da mata iam mudando.

Os sagüis e os passarinhos se recolhiam para dormir e, em seu lugar, as aves noturnas vinham piar. Os sapos coaxavam para saudar a noite. Os grilos logo enchiam todo o espaço com seu cricri. E as estrelas piscavam brilhantes no alto do céu escuro.

Contam que nessa aldeia vivia uma cunhã muito linda. Era mesmo uma beleza de moça, e tinha muita vontade de ter uma estrela só para ela.
“Se eu subir numa árvore bem alta e chegar até o galho mais alto, talvez consiga pegar uma estrelinha para mim”, pensava ela.
Uma noite, resolveu experimentar.
Esperou que todos dormissem e subiu no jequitibá mais alto que encontrou. Não adiantou nada, porque ela não conseguiu chegar nem perto das estrelas. Ficou triste e bem contrariada, mas não desistiu.


 


- Tenho outra ideia. Vou tentar jogar uma escada no alto do paredão da noite.
Dali a uns dias, a cunhã começou a tecer uma escada de cipó. Depois, ela aproveitou uma noite bem escura, de estrelas bem faiscantes, foi no alto de uma pedreira que havia lá por perto, subiu na árvore mais alta que encontrou e fez várias tentativas de pescar algum daqueles pontos brilhantes.
Mas, por mais que a moça repetisse os gestos, jogando para o alto os cipós cheios de nós, não havia nada em que a escada improvisada pudesse se apoiar.
E, quando caía de volta, aquele cipoal se embaraçava na copa da árvore e ficava preso, como se fosse erva-de-passarinho. Dava um trabalhão para soltar de novo, antes de outra tentativa. A cunhã sempre acabava tendo de cortar um pedaço. Com isso, a escada comprida ia ficando cada vez mais curta.
Parecia mesmo uma tarefa impossível.




Mas numa noite de verão, quando a lua nasceu, as outras cunhãs a chamaram:
- Venha! Vamos tomar banho no rio!
Estava muito calor, e a ideia de um banho gostoso era tentadora. A cunhã logo se animou e foi com as amigas.
Mergulharam, nadaram, brincaram de jogar água uma nas outras. Depois, quando se cansaram, ficaram quietas, só boiando, deixando a água sustentar o corpo.
Nesse momento a bela cunhã reparou que era possível ver a lua cheia inteirinha refletida nas águas mansas. E montes de pequenas ondulações se repartiam em brilhos, faiscando como estrelinhas de líquido.
Teve então a ideia que faltava:
- Quem sabe eu não estava errada todo esse tempo? Eu pensava que a lua e as estrelas moravam no céu e se refletiam na água. Mas pode ser o contrário, quem sabe?
Olhou mais, pensou e concluiu:
- É isso! Elas moram no fundo do rio e se refletem no céu...
Era mesmo uma beleza. Como se a lua e as estrelas tivessem descido do alto e estivessem chamando as cunhãs para brincar.
A índia atendeu ao chamado, nadou em direção à lua refletida e mergulhou bem fundo.
Desapareceu no mistério escuro da profundeza.

Mas não desapareceu para sempre. Jaci, a Lua, que tudo vê e tudo sabe, ficou com pena dela. E a transformou na maior flor da floresta, linda e perfumada.
Os índios garantem. E dizem também que é por isso que até hoje, quando é noite de lua, se abre a vitória-régia, que sobre as águas flutua.





Ana Maria Machado nasceu no Rio de Janeiro, em 1941. Escreveu mais de 100 livros para crianças, publicados em mais de dezessete países. No ano de 2000, recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil.


 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O jabuti e o Caipora



Agosto é o mês do folclore, entre tantos livros legais com este tema, tanto para a leitura como para a contação de história, iremos sugerir um que tem como ilustrador Geraldo Valério, os seus desenhos são lindamente coloridos e alegres.

Dois dos bichos que aparecem em muitas das histórias do folclore brasileiro são a tartaruga e o jabuti. Neste livro, encontraremos mais quatro histórias tendo como personagem central estes animais. No total no livro são oito histórias, entre elas " A festa no céu" quem nunca a ouviu ou leu quando criança. 

Mas a história escolhida para apresentarmos foi outra:

Do livro: “Histórias de bichos brasileiros – Folclore brasileiro”
 Recontadas por Vera do Val.





O jabuti e o caipora

O caipora estava andando pela floresta quando ouviu uma conversinha. Era a cotia, que estava botando os filhos para dormir e dizendo:

- Tratem de me obedecer porque senão eu chamo o jabuti. Ele é o bicho mais forte de toda a floresta e não gosta de criança desobediente.

Na mesma hora o caipora viu que as cotiazinhas deram uma tremida, fecharam os olhos e trataram de obedecer à mãe. 
Então o caipora pensou: “O jabuti, forte? Que história é essa? Essa cotia é maluca. Eu sou o caipora e sou muito mais forte que ele. Tenho que dar um jeito nisso.” Pensou e saiu à procura do jabuti.

Larari... riri... riri...
Lereré... reré... reré

O caipora escutou a musiquinha e foi atrás dela. Encontrou o jabuti todo feliz, à beira da lagoa, tomando sol e tocando sua gaita. Esperou acabar a música, cumprimentou o jabuti e, franzindo a testa, perguntou:
- Amigo jabuti, que história é essa que ouvi da cotia? Que você é o mais forte da floresta?
O jabuti, que nem sabia daquela conversa, levou um susto. 
Mas pensou: “Ora, não vou dar o braço a torcer para o caipora?
- Ora, ora! O mais forte da floresta sou eu. Que conversa boba essa sua. Eu sou o caipora, o mais forte, o mais corajoso. Não tenho medo de nada e ainda passo o tempo todo defendendo os bichos.
- Corajoso pode ser – respondeu o jabuti, que não estava gostando nada daquela exibição do caipora. – Mas o mais forte sou eu.
- É coisa nenhuma – disse o caipora, enfezando.

A essa altura dos acontecimentos muitos bichos curiosos já rodeavam os dois. O jabuti viu que ia ficar ruim para ele e teve uma ideia. Resolveu desafiar o caipora:
- Tem que provar isso – ele disse, pegando o cipó grosso e comprido. – Eu vou para a água e você fica na margem. Cada um segura uma ponta do cipó e puxa. Vamos ver quem ganha, se você me tira da água ou se eu levo você para dentro dela.

O caipora riu.
- Vamos lá, jabuti atrevido. Mas depois não me venha chorar. Você vai sair na minha primeira puxada. E o macaco dará o sinal para começar.
- Não vai dar nem para o cheiro – riu o macaco, concordando.

Segurando sua ponta de cipó, o jabuti mergulhou. No fundo da lagoa viu um peixe imenso que estava cochilando. Depressa amarrou o cipó na cauda dele. Na margem, o caipora segurava a outra ponta e ria, se vangloriando.
- Esse jabuti vai levar uma lição.




Quando o macaco deu o sinal, o jabuti beliscou bem forte o peixe. Acordando de supetão, o peixão deu um pulo e saiu na disparada. O caipora não teve tempo nem de dizer ai. O cipó deu um puxão e ele não conseguiu se segurar. Ainda tentou fazer força, mas não adiantou nada. Mergulhou na lagoa de ponta cabeça. Teria sido arrastado para o fundo se não largasse depressa sua ponta do cipó.
- Socorro! Socorro! – berrou o caipora, que não sabia nadar.

O jabuti o empurrou até a margem. Cuspindo água, tossindo feito doido, o caipora gemeu:
- Me perdoe, jabuti. Você é muito mais forte que eu.

A bicharada, muito espantada, aplaudiu. Cheio de si, o jabuti voltou para a sombra da árvore a tocar a sua gaita. O caipora o olhou com respeito. Daquele dia em diante até a onça-pintada passou a respeitar o jabuti. Afinal, ele era o bicho mais forte da floresta.





O Caipora:
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caipora é uma entidade da mitologia tupi- guarani. A palavra “caipora” vem do tupi caapora e quer dizer "habitante do mato".

No folclore brasileiro, é representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça.

Habitante das floresta, reina sobre todos os animais e destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ele. Seu corpo é todo coberto por pelos. Ele vive montado numa espécie porco do mato e carrega uma vara. 

Aparentado do Curupira protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que o Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite.



No imaginário popular em diferentes regiões do País, a figura do Caipora está intimamente associada à vida da floresta.
Ele é o guardião da vida animal. Apronta toda sorte de ciladas para o caçador, sobretudo aquele que abate animais além de suas necessidades. 
Afugenta as presas, espanca os cães farejadores, e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata. Assobia, estala os galhos e assim dá falsas pistas fazendo com que ele se perca no meio do mato. 

domingo, 14 de julho de 2013

Lenda " O canto da flauta mágica: O Irapuru"


O Brasil é o 2º ou 3º (depende da fonte pesquisada) país do mundo em biodiversidade de ave-fauna. Os índios brasileiros nos contemplaram com um legado riquíssimo de lendas, através da transmissão oral. 

No livro: " O casamento entre o céu e a terra- Contos dos povos indígenas do Brasil"Leonardo Boff comenta a integração sinfônica do índio com a natureza. 

" O índio se sente parte da natureza e não um estranho dentro dela. Por isso, em seus mitos, seres humanos e animais, cobras, peixes e plantas "inter-agem", "con-vivem", se falam e se casam entre si. Intuíram o que sabemos pela ciência empírica: que todos formamos uma cadeia única e sagrada de vida."

                        O canto da flauta mágica: o irapuru

O irapuru é um dos menores pássaros da floresta amazônica e sem qualquer cor que chame atenção. Comparando ao esplendor dos papagaios e dos tucanos, pode ser considerado até feio. Mas, em compensação, possui uma voz incomparável. 
Seu gorjeio acontece já ao alvorecer, quando todos os demais passarinhos estão ainda dormindo. Sua voz, bela e triste, penetra longe pela mata afora. Porque o irapuru gorjeia com tanto sentimento?
Os índios Tupi encontraram uma explicação.




Havia na tribo um jovem que tocava maravilhosamente flauta. Não era bonito e não tinha nada de especial, apelidaram-no de Catuboré, que na língua dos índios significa “flauta mágica”. 

Por causa dos sons melodiosos de sua flauta era cobiçado pelas meninas da aldeia. No entanto, somente a simpática Mainá conseguiu conquistar seu coração. Marcaram o casamento para a primavera. Mas aconteceu uma tragédia. Certo dia, Catuboré saiu para pescar num lago distante da maloca, escureceu e nada de ele chegar.


Mainá procurou durante um dia inteiro, com o coração apertado e com maus pressentimentos. No dia seguinte, a tribo inteira procurou o índio por todos os caminhos, e finalmente o encontrou. Estava morto, ao pé de uma grande árvore. Logo entenderam: uma serpente venenosa lhe havia picado mortalmente a perna.

Todos choraram, de modo especial Mainá. Como estavam distantes da aldeia resolveram enterrar Catuboré ali mesmo, ao pé da árvore que assistira à sua morte.
Mainá, quando a saudade batia mais forte, chorava aos pés da árvore, onde estava enterrado o seu amado.
A alma de Catuboré, vendo a tristeza da namorada, não conseguia ficar em paz. 
Pediu, então, ao espírito da mata que o transformasse em um pássaro, mesmo que fosse pequeno e feio, contando que fosse cantador, seria capaz de consolar Mainá.

E foi transformado, então, no irapuru. O irapuru é parecido com Catuboré, não possui nada especial, mas canta como ninguém na floresta, num som semelhante ao da flauta.


Conta-se, que ocasionalmente o irapuru canta e, todos os animais sentem-se atraídos uns pelos outros, começando a namorar e a se beijar. Os outros pássaros se calam completamente em respeito ao canto do irapuru à sua amada.




Esta versão da lenda foi retirada do livro:

"O casamento entre o céu e a terra- Contos dos povos indígenas do Brasil" de Leonardo Boff.



Canto de alguns pássaros: 


terça-feira, 2 de julho de 2013

Você já escutou o silêncio?

As crianças e adolescentes da nossa Escola amam poesia. Muitas vezes, apesar de a biblioteca ter um ótimo acervo, faltam livros deste gênero para indicarmos a esta faixa etária.
E um dos meus preferidos para indicar é "Você já escutou o silêncio?" de Alexandre Spinelli.

No prefácio do livro, Sebastião Nunes, comenta que a poesia deste escritor nos faz lembrar outros grandes poetas como: Quintana, Bandeira, Caeiro e etc.., pois encontramos o lirismo com gosto de adolescência.

"Aproximando-se dos sentimentos básicos da existência... 
É esse espanto, esse prazer de existir e de gostar das coisas, a grande força da poesia de Alexandre Spinelli."




Utopia

Sim
Ninguém acreditava
Éramos chamados de loucos
Sonhadores
O que queríamos era utopia
Não havia razões de lutar
Nem motivos para esperar
Todos duvidavam
Mas aconteceu
Bem como eu imaginava
Eu e os que acreditavam comigo
Vimos e vivemos o momento
Que aconteceu porque acreditamos nele
Justamente por nunca ter desistido

Única e exclusivamente
Por nossa fidelidade ao sonho
E brindamos

Sim, eu estava lá
E vi.