quarta-feira, 26 de junho de 2013

Alice Ruiz - poeta e haikaista


A biblioteca Mario Quintana, tem em seu acervo livros da poeta e haikaista, Alice Ruiz. Esta maravilhosa escritora nasceu em Curitiba no ano de 1946, começou a escrever aos 9, aos 26 publicou seus poemas em revistas e jornais e lançou seu primeiro livro aos 34 anos de idade. Também compõe letras de músicas desde os 26 anos de idade, tendo diversas canções gravadas e outras tanta inéditas. 


Uma música inédita 

Ninguém me canta como você

Música: Itamar Assumpção
Letra: Alice Ruiz

ninguém me canta
como você
ninguém me encanta
como você
nem me vê
do jeito
que só você
de que adianta
ter olhos
e não saber ver
ter voz
mas não ter o que dizer
digam o que disserem
façam o que quiserem
ninguém diz
ninguém vê
ninguém faz
como você
ninguém me canta
ninguém me encanta
como você




Alguns HaiKais 


primeira folha de outono
no chão começa
o meio do ano.


aparecem às vezes
teias de aranha
com borboletas presas


primavera
até a cadeira
olha pela janela


fazia noites
eu não te via
vagalume de dia


por uma só fresta
entra toda a vida
que o sol empresta


luzes acesas
vozes amigas
chove melhor


Fim de tarde
Depois do trovão
O silêncio é maior.


Entre uma estrela
E um vagalume
O sol se põe.


Varal vazio
Um só fio
Lua ao meio.


Rede ao vento
Se torce de saudade
Sem você dentro.


Você deixou tudo a tua cara
Só pra deixar tudo
Com cara de saudade


Não imite os antigos.
Continue buscando
O que eles buscavam.


quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa


apaga a luz
antes de amanhecer
um vagalume

vento seco
entre os bambus
barulho d' água

tanta poesia no gesto
nenhum poema
o diria

o relógio marca
48 horas sem te ver
sei lá quantas para te esquecer


circuluar
sonho impar
acordo par


desacerto
entre nós
só etceteras


manhã de outono
o verde do mar
também amarela


mar bravio
cada onda
novo silêncio


diante do mar
três poetas
e nenhum verso


nuvem de mosquitos
tocando violão
silenciosamente


sinal fechado
o menino atravessa
escrevendo versos


contra o prédio cinza
uma só flor
e todas as cores


procurando a lua
encontro o sol
mas já de partida


pôr-do-sol
em torno dele
todos os cinzas


começo de outono
cheia de si
a primeira lua


som alto
vento na varanda
a samambaia samba


trânsito parado
os mesmos olhares
e ninguém se olha


último raio de sol
primeiro da lua
outono nascendo


cerimônia de chá
três convidados
e um mosquito


sob a folha verde escura
a folha verde clara
trêmula dissimula


basta um galhinho
e vira trapezista
o passarinho


névoa na estrada
à beira de um sonho
um trem para Praga


tarde cinza
toda azaléia
arde em rosa


pássaro morto
no meio da estrada
carros que voam


amigo grilo
sua vida foi curta
minha noite vai ser longa



Alguns livros disponíveis no acervo da biblioteca da escola






quarta-feira, 19 de junho de 2013

O herói de Damião



Dias destes encontrei o livro " O herói de Damião" em A Descoberta da Capoeira, de Iza Lotito.







Como todo menino é um rei* ou um herói separei este livro já pensando em trabalhá-lo com algumas turmas.



Damião é um menino como qualquer outro e decide encontrar seu verdadeiro herói, dá a "volta ao mundo" e acaba descobrindo a capoeira, como uma luta, uma arte, uma dança e um esporte, onde todos podem participar.


A capoeira foi inventada no século XVI, pelos escravos que misturaram danças ritualísticas, artes marciais africanas e jogos lúdicos, hoje é um esporte nacional. Para jogar capoeira é preciso entrar na roda, brincar, dançar, cantar e ter ginga.


Para saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
  




E apesar da música "Todo menino é um rei" dizer que: "por cima do mar da ilusão, eu naveguei e não encontrei o amor que eu sonhei (...) que menino sonha demais e sonha com coisas, que a gente cresce e não vê jamais".
Eu ainda (apesar de não ser mais menina) prefiro acreditar e pensar como o nosso poeta Mario Quintana:

Das utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!



Todo menino é um rei*

Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Por cima do mar da ilusão
Eu naveguei! Só em vão
Não encontrei
O amor que eu sonhei
Nos meus tempos de menino
Porém menino sonha demais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais

Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

A vida que eu sonhei
no tempo que eu era só
Nada mais do que menino
Menino pensando só
No reino do amanhã
A deusa do amor maior
Nas caminhadas sem pedras
No rumo sem ter um nó





sábado, 15 de junho de 2013

O que dizem as palavras


"O que dizem as palavras" do escritor Nani, é um livro com o qual podemos elaborar diversas atividades criativas onde os alunos poderão refletir sobre as palavras, inclusive as desenhando.




Uma palavra pode falar, conversar, comunicar, perguntar, constatar, elogiar, xingar, mostrar, narrar, cochichar, descrever, falar de amor....

Quantas coisas podem dizer as palavras!

Quanto mais a gente entender o recado que elas dão, melhor.










Opressão







Otimista


quarta-feira, 12 de junho de 2013

As crônicas marcianas - sugestão de livro

Já faz algum tempo que só apresento sugestões de livro infantojuvenil, então hoje para fugir a regra escolhi um de ficção científica e que está disponível na biblioteca da Escola: "As crônicas marcianas".




Colocar os pés em Marte, parece ser uma das prioridades e um dos principais desafios da NASA, o "destino final" em nosso sistema solar. Espero ainda estar por aqui e presenciar este dia. 

"As crônicas marcianas" de Ray Bradbury, foi publicado nos anos 50, nos Estados Unidos, isto mesmo, o livro foi publicado antes do homem dizer: "A terra é azul" ou de ter realizado uma missão tripulada à Lua. 

São narradas histórias da colonização humana em um planeta vermelho. É claro os humanos vão à Marte em busca de recursos novos, obviamente para continuar existindo. 
É um clássico da ficção-científica, são 26 narrativas que se cruzam e podem ser lidas separadas, o diário inicia em 1999 e termina em 2026. Escrito depois da 2ª grande guerra mundial, reflete o medo dos homens em relação a uma guerra atômica que termine com a vida da terra.

Bradbury, é considerado um romântico e defensor dos valores humanistas, que teme pelo progresso e o avanço científico que leve o homem a uma catástrofe.
O livro debate sobre o homem e o seu futuro,  mostrando que tanto na Terra  como em Marte, nos depararemos com os mesmos problemas filosóficos e éticos. 
É fácil fazer analogias da narrativa com: o racismo, a guerras, o imperialismo, o descaso com o meio ambiente e a colonização.


Epígrafe do livro:


" É sempre bom renovar nosso senso de espanto", disse o filósofo.

" As viagens espaciais nos transformam em crianças novamente."




Trecho do livro:

O pai começa a explicar a seus filhos o que estava acontecendo naquele momento e porque estava queimando papéis em Marte: como o relatório da bolsa, o resumo da guerra, gráficos de negócios, teses e etc..

"- Estou queimando um estilo de vida, da mesma maneira que esse estilo de vida está sendo queimado na Terra, neste instante. 

(...) A vida na Terra nunca conseguiu se concentrar em fazer nada muito bom. A ciência avançou muito à nossa frente, rápido demais, e as pessoas se perderam na loucura mecânica, (...) dando ênfase aos objetos errados, dando ênfase às máquinas (...). 

As guerras foram ficando cada vez maiores e terminaram por matar a Terra. (...) aquele estilo de vida comprovou estar errado, e se estrangulou com as próprias mãos" ( As crônicas marcianas, Ray Bradbury, São Paulo, editora globo, 2005, página 296)




sábado, 8 de junho de 2013

Para quem ama os livros e a vida!


Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore


Animação sem texto, com uma linda trilha musical é uma carta de amor aos livros.


Vencedor do Oscar 2012 de melhor curta-metragem animada, The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, no seu título original, é uma homenagem às comédias de Buster Keaton, "O Feiticeiro de Oz" e ao simples prazer da leitura. 
De Brandon Oldenburg e William Joyce.




quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia Internacional do Meio Ambiente















A maior flor do mundo é uma magnífica história para crianças, mas, antes de tudo, é um legítimo Saramago. Transformando-se em personagem, o autor nos conta que uma vez teve uma idéia para um livro infantil, inventou uma história sobre um menino que faz nascer a maior flor do mundo. 

Não se julgava capaz de escrever para crianças, mas chegou a imaginar que, se tivesse as qualidades necessárias para colocar a idéia no papel, ela resultaria verdadeiramente extraordinária: "seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas...".
É dessa fantasia de grandiosidade que nasce o livro.


Os leitores são chamados para uma divertida brincadeira, pois Saramago narra-lhes a história do menino e da flor não como se ela fosse a história de verdade, mas como se fosse apenas o esboço do que ele teria contado se tivesse o poder de fazer o impossível: escrever a melhor história de todos os tempos.


Entrando no jogo com o autor, os pequenos leitores vão saber que ninguém nunca teve nem terá esse poder. Vão saber também que a literatura é o lugar do impossível: o menino desta história faz uma simples flor dar sombra como se fosse um carvalho.

Depois, quando ele "passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos". 
Como nos velhos livros de literatura infantil, Saramago conclui: "E é essa a moral da história".

Retirado do site em 05/06/2013:
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=40243

Título Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ 2001





"E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?"

José Saramago



domingo, 2 de junho de 2013

Viviana, a Rainha do Pijama

Como hoje passei muito tempo de pijama, lembrei de um livro que já apresentei para a turma A 34, "Viviana, a Rainha do Pijama" de Steve Webb

Adoro a dedicatória "Para todos aqueles que alguma vez na vida passaram o dia inteiro de pijama." Quem nunca precisou de um dia assim.
O livro é uma graça e podemos trabalhar com a produção de bilhetes, cartas e convites entre os alunos.