sábado, 20 de dezembro de 2008

I- Bravo, bravíssimo

vista da Escola

Gustavo(boné), Lucas (alunos/blogueiros), Maurício (oficineiro de poesia) e Adrian (aluno/blogueiro)


Realizamos uma parceria importante com a Biblioteca comunitária Ilê Ará e aprendemos a ver a relevância que esta biblioteca comunitária desempenha na comunidade e na vida do Morro da Cruz.

Descobrimos também o trabalho que o Instituto C&A desenvolve com o projeto "Prazer de Ler" e no caso de Porto Alegre o seu parceiro (2006 a 2008) foi o Instituto Leonardo Murialdo, via Ilê Ará.


Conhecemos alguns voluntários do projeto "Prazer de Ler" que atuaram junto a Biblioteca Ilê Ará. Os voluntários são funcionários da empresa e estão cursando diversos cursos de nível superior, eles colaboraram imensamente nas atividades realizadas na biblioteca comunitária do Morro.

O "bravo, bravíssimo" (título da postagem) aprendi com o voluntariado do Instituto C&A, em uma noite regada a prêmios e a alegria, onde o que unia todos os participantes, era o gosto de ler e a vontade de fomentar a leitura na comunidade Morro da Cruz.


Bravo, Bravíssimo:

Para todos/as que compreendem que ler é um direito fundamental para a formação do cidadão e para o acesso ao conhecimento e à cultura.

Para a Biblioteca Ilê Ará, aos voluntários do Insituto C&A, ao Instituto Murialdo e ao nosso oficineiro (ele atua na biblioteca Ilê Ará, mas já o consideramos como um educador da nossa Escola) Maurício.

No segundo semestre a Escola em parceria com a biblioteca Ilê Ará, realizou oficinas de Poesia e tivemos a possibilidade de contar com o dedicado oficineiro Maurício, abaixo um poema de sua autoria.

Negro


autor: Maurício
(Poeta, músico, contador de história e oficineiro de poesia)


Hoje sara a ferida do negro


Que andou descalço,


Com os pés calejados

Pelo solo que sempre foi seu.

Liberdade foi palavra exilada

Da vida amargurada do guerreiro da noite.

A lua foi guia brilhante


Durante a noite sobre as vistas inchadas,

De uma tortura infinita.


Antes que o sol se erga

Ouvem-se gritos de desespero


Não há o que fazer a não ser

Rezar para que zumbi me traga a paz.

Trago na cor o negro guerreiro

Trago do negro a grande vitória

Trago da vida a minha história.


Chorou o negro em segredo

Em seu manto o vermelho da sua carne

Do passado traz apenas as marcas


Porém nunca deixou de ser guerreiro da noite

Sobre seu esqueleto de ferro

Há carne humana munida de sentimentos

E antes que nos ofereçam justiça

Quero ser cada dia mais negro.

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