segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Caymmi

E Dorival Caymmi descansou. Com 94 anos muito bem vividos, o grande compositor e pintor nos deixou neste sábado que passou. Referência internacional, cantou a Bahia e seus costumes; exportou, através de grandes intérpretes como Carmem Miranda, a nossa cultura. Não escondeu o seu amor pelo Candomblé num tempo onde as manifestações das religiões de origem africana eram proibidas pelo regime militar. Foi com Caymmi que descobrimos o que é que a baiana tem e o mundo soube mais o que é que o Brasil tem. Cantou o mar, o peixe, o pescador. A comida, a dança, o amor. Dono de uma voz de timbre único, suave como o vento e poderosa como seus Orixás, ponteava um violão que envolvia e transportava o ouvinte até onde ele queria, pois seu trabalho tinha a verdade dos sentimentos puros, ligados à própria essência. Tão forte que passou a seus três filhos Dory, Danilo e Nana a capacidade de nos encantar. Meu sentimento é de gratidão pelo que podemos aprender com sua existência e sua obra. Papai do céu deve estar cantando essa hora.
Susi

Um comentário:

Sandra Sabino disse...

Costumo usar o computador ouvindo música. Tenho uma lista de reprodução de músicas/2008(que são as minhas preferidas)
Uma delas é "Desenredo", cantado por Boca Livre, a composição é Dorival Caymmi e Paulo César Pinheiro.

Um pequeno trecho da música Desenredo:
"Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio de vida ao avesso
(...)
A vida é o fio do tempo, a morte o fio do novelo
(...) é hora de partir, eu vou"

Grata, Caymmi.