sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cem anos de Cartola


O mestre divino do morro
Negro nascido no Bairro do Catete.
Aos 11 anos foi morar no
Buraco Quente.
Morro da Mangueira berço do samba.
Arraial de nego bamba!


Discípulo do pai aprende a dedilhar
As cordas do cavaquinho...
De talento intuitivo e requintado,
Compõem versos de refinada poesia.
É de sua autoria mais de 500 sambas e chorinhos!


Na lida da obra, usava um chapéu-coco
Para proteger os cabelos
Ganhou dos companheiros de labuta,
Apelido "da hora" surge o codinome
Do futuro divino "mestre cartola"!


Ainda jovem assistia, as missas da Igreja da Glória
Devoto do quarteto do coral Bach Händel.
Deleitando-se da arte, afinava-se o dom natural,
Pois não tinha nenhum estudo formal da área musical!


Sob a copa da mangueira, raiz do samba.
Reduto da negritude bamba, com Carlos Cachaça,
Funda em 1928 o Bloco dos Arengueiros.
Precursor da verde rosa!



Surge a Escola de Samba
"Estação Primeira de Mangueira".
Compõe seu primeiro samba-enredo
"Chega de Demanda".
Na década de 30 vende os direitos de
Gravação de vários sambas como
"Qual Foi o Mal que Eu Te fiz?", e, "Divina Dama"!


Por razão de fórum íntimo em 1940. Entra em decadência,
Buscando o anonimato. Só retorna ao meio artístico em 1959,
Pelas mãos do jornalista Sérgio Porto.


Que ao encontrá-lo no Bairro de Ipanema.
Na condição de flanelinha e guardador de carros.
Dá-lhe o apoio para recomeçar sua carreira genial.


Mestre que tinha o dom da palavra e a beleza.
Da melodia, homem simples, marido da Dona Zica.
Que ao longo de mais de cinco décadas,
Compôs e cantou o amor como ninguém.
Deixa-nos o legado musical mais importante do
Cancioneiro nacional!


Ao meu mestre minhas lágrimas e meus olhos tristonhos,
De saudade, e de sonhar os teus sonhos, e por fim,
Porque tudo na vida acontece!
E as rosas não falam simplesmente as rosas exalam,
E morrem de saudade de ti!!!


Ao celebrarmos o centenário do nascimento de Angenor de Oliveira,o vulgo cartola - o trovador do samba deixo esta homenagem em forma de poesia ao saudoso mestre.

Luis Carlos Pereira do Morro da Cruz
(Pai da aluna Tainá )

2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo!Um poeta falando de outro poeta.
CristinaZubarankji

Anônimo disse...

Obrigada, seu Luis Carlos. Não sabia este detalhes da vida do poeta Cartola.

Marília