sexta-feira, 19 de julho de 2013

O jabuti e o Caipora



Agosto é o mês do folclore, entre tantos livros legais com este tema, tanto para a leitura como para a contação de história, iremos sugerir um que tem como ilustrador Geraldo Valério, os seus desenhos são lindamente coloridos e alegres.

Dois dos bichos que aparecem em muitas das histórias do folclore brasileiro são a tartaruga e o jabuti. Neste livro, encontraremos mais quatro histórias tendo como personagem central estes animais. No total no livro são oito histórias, entre elas " A festa no céu" quem nunca a ouviu ou leu quando criança. 

Mas a história escolhida para apresentarmos foi outra:

Do livro: “Histórias de bichos brasileiros – Folclore brasileiro”
 Recontadas por Vera do Val.





O jabuti e o caipora

O caipora estava andando pela floresta quando ouviu uma conversinha. Era a cotia, que estava botando os filhos para dormir e dizendo:

- Tratem de me obedecer porque senão eu chamo o jabuti. Ele é o bicho mais forte de toda a floresta e não gosta de criança desobediente.

Na mesma hora o caipora viu que as cotiazinhas deram uma tremida, fecharam os olhos e trataram de obedecer à mãe. 
Então o caipora pensou: “O jabuti, forte? Que história é essa? Essa cotia é maluca. Eu sou o caipora e sou muito mais forte que ele. Tenho que dar um jeito nisso.” Pensou e saiu à procura do jabuti.

Larari... riri... riri...
Lereré... reré... reré

O caipora escutou a musiquinha e foi atrás dela. Encontrou o jabuti todo feliz, à beira da lagoa, tomando sol e tocando sua gaita. Esperou acabar a música, cumprimentou o jabuti e, franzindo a testa, perguntou:
- Amigo jabuti, que história é essa que ouvi da cotia? Que você é o mais forte da floresta?
O jabuti, que nem sabia daquela conversa, levou um susto. 
Mas pensou: “Ora, não vou dar o braço a torcer para o caipora?
- Ora, ora! O mais forte da floresta sou eu. Que conversa boba essa sua. Eu sou o caipora, o mais forte, o mais corajoso. Não tenho medo de nada e ainda passo o tempo todo defendendo os bichos.
- Corajoso pode ser – respondeu o jabuti, que não estava gostando nada daquela exibição do caipora. – Mas o mais forte sou eu.
- É coisa nenhuma – disse o caipora, enfezando.

A essa altura dos acontecimentos muitos bichos curiosos já rodeavam os dois. O jabuti viu que ia ficar ruim para ele e teve uma ideia. Resolveu desafiar o caipora:
- Tem que provar isso – ele disse, pegando o cipó grosso e comprido. – Eu vou para a água e você fica na margem. Cada um segura uma ponta do cipó e puxa. Vamos ver quem ganha, se você me tira da água ou se eu levo você para dentro dela.

O caipora riu.
- Vamos lá, jabuti atrevido. Mas depois não me venha chorar. Você vai sair na minha primeira puxada. E o macaco dará o sinal para começar.
- Não vai dar nem para o cheiro – riu o macaco, concordando.

Segurando sua ponta de cipó, o jabuti mergulhou. No fundo da lagoa viu um peixe imenso que estava cochilando. Depressa amarrou o cipó na cauda dele. Na margem, o caipora segurava a outra ponta e ria, se vangloriando.
- Esse jabuti vai levar uma lição.




Quando o macaco deu o sinal, o jabuti beliscou bem forte o peixe. Acordando de supetão, o peixão deu um pulo e saiu na disparada. O caipora não teve tempo nem de dizer ai. O cipó deu um puxão e ele não conseguiu se segurar. Ainda tentou fazer força, mas não adiantou nada. Mergulhou na lagoa de ponta cabeça. Teria sido arrastado para o fundo se não largasse depressa sua ponta do cipó.
- Socorro! Socorro! – berrou o caipora, que não sabia nadar.

O jabuti o empurrou até a margem. Cuspindo água, tossindo feito doido, o caipora gemeu:
- Me perdoe, jabuti. Você é muito mais forte que eu.

A bicharada, muito espantada, aplaudiu. Cheio de si, o jabuti voltou para a sombra da árvore a tocar a sua gaita. O caipora o olhou com respeito. Daquele dia em diante até a onça-pintada passou a respeitar o jabuti. Afinal, ele era o bicho mais forte da floresta.





O Caipora:
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caipora é uma entidade da mitologia tupi- guarani. A palavra “caipora” vem do tupi caapora e quer dizer "habitante do mato".

No folclore brasileiro, é representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça.

Habitante das floresta, reina sobre todos os animais e destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ele. Seu corpo é todo coberto por pelos. Ele vive montado numa espécie porco do mato e carrega uma vara. 

Aparentado do Curupira protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que o Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite.



No imaginário popular em diferentes regiões do País, a figura do Caipora está intimamente associada à vida da floresta.
Ele é o guardião da vida animal. Apronta toda sorte de ciladas para o caçador, sobretudo aquele que abate animais além de suas necessidades. 
Afugenta as presas, espanca os cães farejadores, e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata. Assobia, estala os galhos e assim dá falsas pistas fazendo com que ele se perca no meio do mato. 

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